Google+ Experimento: junho 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sobre os protestos pelo Brasil.

     Eu só sei que foi algo repentino pra mim e que ainda estou em meio a um turbilhão de impressões e emoções. Eu estava alheia aos protestos que iniciaram por causa do aumento da tarifa das passagens do transporte público, até que, na semana passada, percebi a movimentação na internet em relação a esse assunto e resolvi me informar para ao menos saber basicamente do que se tratava. E acabei me dando conta de que algo grande estava acontecendo. E está. Como as pessoas podem ter acordado assim, "do nada", é algo como um sonho pra mim. Imagino que seja também para muita gente, que, assim como eu, cresceu ouvindo que estamos vivendo numa geração preguiçosa, extremamente individualista e incapaz de se levantar contra os absurdos do nosso país.
     O que me incomoda é ver a quantidade de gente criticando as manifestações pelo Brasil. Eu entendo a preocupação sobre o foco de todo o movimento, que é importante ter algumas metas definidas a exigir, mas eu vejo que os protestos são válidos de qualquer forma, para mostrar aos governantes do nosso país que a população despertou e que provavelmente acontecerão outras revoltas a cada nova insatisfação do povo brasileiro. E o que eu não entendo, é ver tanta gente paranóica sobre os partidos políticos, desmerecendo as manifestações populares, julgando que é tudo simples manipulação. Parece gente mais preocupada em mostrar o quanto é intelectualizada e em ter uma desculpa para continuar de braços cruzados.
     Ainda tem a questão do vandalismo. Sinceramente, a despeito de todos os julgamentos de eu ser uma "moleca revolucionária", sou a favor de haver certa fúria nos protestos (sim, eu torci para que queimassem ou quebrassem o Congresso em Brasília), porque eu duvido que simplesmente sair andando pelas ruas seja suficiente para mostrar aos políticos "quem é que manda". Porém, é diferente sair quebrando objetos e estabelecimentos que nada tem a ver com os sujeitos contra quem o povo está se revoltando. Mas, ignorando o fato de haver grupos que se aproveitam da situação para fazer o que bem entendem pelas ruas, é até compreensível que exista alguns exageros em meio à multidão, afinal, é uma massa espontânea, sem uma ordem bem estabelecida. Ao contrário da polícia... bem, nem vou comentar sobre a polícia.
     Dia 17 eu estava extremamente excitada assistindo à multidão tomando as ruas nas capitais do país, pelo computador e pela TV. Estava me sentindo frustrada também, porque não pude participar de nenhuma das manifestações, já que eu tenho uma filha ainda bebê, que preciso cuidar e amamentar. Enfim, fiz tudo o que podia em casa mesmo, compartilhando as informações que eu encontrava e encorajando as pessoas a irem às ruas. E continuo torcendo para que as manifestações continuem e que a partir de agora isso se torne um hábito dos brasileiros. Que a memória do povo não seja curta, como se costuma dizer.
     Acho que o pensamento mais comum desde o início da repercussão dos protestos é "finalmente tenho orgulho de ser brasileiro" e com razão de ser. Finalmente o povo brasileiro unido por uma causa nobre, sem precisar de mulheres seminuas e futebol.

sábado, 15 de junho de 2013

Rebenta.

     Não entendo como aquela criaturinha com tanta personalidade saiu de dentro do meu corpo. De repente ela surgiu, uma pessoa novinha em folha, que precisa de mim e me afronta ao mesmo tempo. Às vezes, quando olhos nos seus grandes, brilhantes e negros olhos, tenho medo de toda aquela força vital transbordando diante de mim. Tenho medo de quem ela vai se tornar. E mais assustador é saber que eu influencio isso diretamente todos os dias. Educar um ser tão instável como um humano...
     Um dia desses de estranhamento olhei minha pequena criança nos braços do pai e comentei "ela é como um alienígena que controla nossas vidas". Mas como posso amá-la tanto? Sim, não é algo de extraordinário, mas é um amor suave que vai te enlaçando com o tempo, instintivo e inevitável. Mesmo quando meus tímpanos e meu cérebro estão a ponto de explodir por causa de tantas ondas sonoras ferozes de choro infantil, o amor ainda está lá. Aquela pequena criatura birrenta e desajeitada é, ainda assim, a coisa mais linda do mundo. Por isso dizem que o amor cega.